Conjuntivite alérgica

Conjuntivite alérgica: 
O que é?

A conjuntivite alérgica, diferentemente das conjuntivites infecciosas virais ou bacterianas, é uma reação de hipersensibilidade mediada pela Imunoglobulina E (IgE) e desencadeada por aeroalérgenos, principalmente ácaros da poeira doméstica e pólen de gramíneas. Geralmente manifesta-se por coceira ocular, lacrimejamento e olhos vermelhos.

De acordo com o quadro clínico e a etiologia pode ser classificada como: conjuntivite alérgica sazonal (ocorre em épocas específicas do ano), alérgica perene (durante todo o ano), ceratoconjuntivite vernal e ceratoconjuntivite atópica. No Brasil, em todas as regiões do país, a conjuntivite alérgica perene é a mais comum, com piora nos meses de outono e inverno.

A conjuntivite vernal é um processo mais grave e crônico, mais comum em crianças (meninos 2 vezes mais que meninas), associada principalmente a história de asma e/ou dermatite atópica. Além da vermelhidão e lacrimejamento, o paciente pode apresentar fotofobia (sensibilidade aumentada à luz) e sensação de corpo estranho. A córnea pode ser afetada com a presença de ceratite e, em casos mais avançados, evoluir com a formação de úlcera.

A ceratoconjuntivite atópica também é crônica e persiste por toda a vida, diferente da vernal que geralmente se mantém até o fim da adolescência. Lesões cutâneas avermelhadas e descamativas (dermatite atópica) geralmente estão presentes na pálpebra e em outras regiões do corpo.

Uma vez confirmado o diagnóstico de conjuntivite alérgica, o tratamento é iniciado de acordo com a intensidade e cronicidade do quadro clínico. Colírios lubrificantes são indicados mesmo nos casos mais leves. Podem ser associados colírios anti-alérgicos e imunomoduladores para melhor controle dos sintomas. Em casos mais graves e agudos, utilizamos colírios de corticoide, sempre evitando seu uso a longo prazo por aumentar o risco de desenvolver glaucoma e catarata.